segunda-feira, 27 de maio de 2013

ALIANÇA DO PACÍFICO: UMA AMEAÇA AO MERCOSUL?

INTRODUÇÃO:
Enquanto o Brasil, cada vez mais próximo do bolivarianismo retrógrado e falido, insiste em usar as organizações internacionais como braços de sua visão ideológica e seu projeto de poder, outros países buscam soluções mais dinâmicas, modernas, integradas efetivamente e preocupadas com o desenvolvimento econômico de suas nações e não com a afirmação de um projeto político-partidário. O resultado disso, é que a novíssima Alainça do Pacífico, criada em 2012, já dá passos muitos mais amplos que o Mercosul, amarrado por seu nacionalismo antiquado, pelo centralismo e autoritarismo característicos da esquerda latino-americana e pelo protecionismo entre seus próprios membros. Leia mais: 



27/05/2013 - 02h00

Viés pró-mercado da Aliança do Pacífico desafia o Mercosul

ISABEL FLECK
DE SÃO PAULO


Com um PIB de 35% do total latino-americano e crescimento que supera os vizinhos do Mercosul, a jovem Aliança do Pacífico --que completa um ano em junho-- dividiu a região e já desperta o interesse como "a alternativa pró-mercado" do continente.

Diante de um Mercosul com imagem fragilizada por decisões políticas recentes, como a suspensão do Paraguai, e pela lentidão em fechar um acordo de livre comércio com a União Europeia, o grupo formado por Colômbia, Chile, Peru e México tomou para si o papel de "novo motor econômico e de desenvolvimento da América Latina" --na definição do presidente colombiano, Juan Manuel Santos.
De fora, o Brasil acompanha o crescimento do bloco vizinho tentando não mostrar preocupação. Segundo o assessor internacional da Presidência, Marco Aurélio Garcia, a Aliança "não tira o sono" do Brasil. Para o Itamaraty, não existe "inveja" ou medo de "perder espaço".


No entanto, o contraponto mais liberal ao Mercosul está criado e ganha atenção --o que se deve, em parte, pelo papel "pouco ativo" do Brasil e do bloco do sul, na opinião do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.
"O Brasil não conseguiu exercer uma liderança capaz de impedir a fragmentação da América do Sul", disse FHC à Folha. "Os países do Mercosul, como se sabe, não se esforçaram muito por acordos comerciais e tampouco avançaram na direção de formar um verdadeiro bloco integrado."
Em 2011, os quatro países da Aliança do Pacífico já exportaram 10% a mais em bens e serviços que os cinco membros do Mercosul (incluindo os dados da Venezuela, que então não fazia ainda parte do bloco).
O crescimento registrado em 2012 entre os integrantes do grupo do Pacífico foi de 4,9%, em média --índice bem acima dos 2,2% do Mercosul.
E enquanto as negociações de um acordo de acordo de livre comércio entre Mercosul e União Europeia se desenrolam lentamente após mais de uma década de discussões, a Aliança já atraiu França, Espanha e Portugal como membros observadores.
Para o Brasil, em especial, o bloco do Pacífico ameaça o que era até então uma importante vantagem comparativa do país: o tamanho do mercado. Juntos, os países da Aliança têm população de 209 milhões e PIB de US$ 2 trilhões --importância próxima aos 198 milhões de habitantes e US$ 2,4 trilhões de PIB do Brasil.
"Para atrair investimentos, a Aliança é muito mais interessante que o Brasil, porque é do tamanho do país, mas cresce mais rápido e tem condições melhores em termos de qualidade de políticas, com inflação baixa e economias menos fechadas", avalia Armando Castelar Pinheiro, coordenador de Economia Aplicada do Ibre (Instituto Brasileiro de Economia) da Fundação Getulio Vargas.
O governo brasileiro nega ameaça, já que o "dinamismo" do comércio dos países da Aliança com os europeus é diferente do do Mercosul.
"O tamanho das economias e o fluxo de bens que exportamos para a Europa é outro. Pode haver uma ou outra sobreposição de interesses, mas tanto em escala como em produto não há por que temer perder espaço", diz Tovar Nunes, porta-voz do Itamaraty.
COMPETITIVIDADE
O Brasil sabe, contudo, que o novo bloco na região exigirá maior competitividade para disputar o mercado tanto com os países que formam o bloco como dentro deles.
Na cúpula da Aliança em Cali, na última semana, o grupo definiu a exclusão total de tarifas para 90% dos produtos comercializados dentro do bloco --ao menos para 50%, as regras começam a valer em 30 de junho. Fora do bloco, os quatro membros mantêm, somados, acordos de livre comércio com mais de 50 países.
O Itamaraty destaca ter acordos de complementação econômica com Chile, Colômbia, Peru e México, o que garantiria benefícios tarifários nas trocas comerciais. Só no primeiro trimestre de 2012, porém, as exportações brasileiras para os quatro países caíram, em média, 10%.


MAIS NOTÍCIAS SOBRE A ALIANÇA DO PACÍFICO:

Aliança do Pacífico terá mais sete países observadores e visto comum para turistas

23/05/2013 - 22h53

Leandra FelipeCorrespondente da Agência Brasil/EBC
Bogotá - Ao encerrar na noite de hoje (23) a 7ª Cúpula da Aliança do Pacífico, em Cáli, na Colômbia - bloco econômico, criado em 2011, formado pelo Chile, pela Colômbia, pelo México e Peru - os presidentes dos quatro países assinaram o "acordo marco" em que são definidas todas as regras e objetivos do bloco.
Eles também aprovaram a entrada de mais sete países como observadores: Equador, El Salvador, França, Portugal, Paraguai e República Dominicana e ainda a criação de um visto turístico para promover o turismo regional.
"Se estabeleceu o visto para que os cidadãos de outras nacionalidades possam visitar, sem restrições, os território dos países que fazem parte deste bloco", disse à imprensa o presidente anfitrião, Juan Manuel Santos, ao lado dos colegas do México, Enrique Peña Nieto; do Chile, Sebastián Piñera e do Peru, Ollanta Humala.
Foi firmado ainda um acordo de transparência fiscal entre os países para combater a sonegação de impostos. A medida será importante porque, cerca de 90% dos produtos produzidos pelos quatro países-membros poderão ser comercializados sem nenhuma tarifa. Os acordos deverão entrar em vigência a partir de 30 de junho.
Os presidentes também assinaram um documento com regras que definindo os que países da região devem cumprir para fazer parte do bloco. O primeiro pedido em estudo é o da Costa Rica, que já firmou um tratado de livre comércio com a Colômbia.


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Aliança do Pacífico cria fundo de investimento entre países do bloco
Cada país contribuirá U$ 250 mil dólares para o fundo, totalizando U$ 1 milhão de aporte inicial

Publicação: 23/05/2013 20:42 

Bogotá - A 7ª Cúpula da Aliança do Pacífico anunciou hoje (23) a criação de um fundo de investimento comum entre os países que compõem o bloco comercial (Chile, Colômbia, México e Peru). Cada país contribuirá U$ 250 mil dólares para o fundo, totalizando U$ 1 milhão de aporte inicial.

"A ideia é impulsionar as iniciativas que estão ocorrendo em cada um dos países-membros da aliança, especialmente as micro, pequenas e média empresas", explicou o ministro de Relações Exteriores do Chile, Alfredo Moreno.

Com a criação do fundo de cooperação o bloco pretende garantir a implementação de acordos nas áreas de meio ambiente, mudanças climáticas, inovação, ciência e tecnologia, micro, pequenas e médias empresas, desenvolvimento social e mobilidade acadêmica.

Durante a reunião de presidentes ocorrida hoje, em Cáli, na Colômbia, o grupo mencionou os avanços conseguidos com tratados comerciais, na abertura da embaixada comum em Gana, de escritórios comerciais em Istambul, na Turquia, e nos próximos meses em Casablanca, no Marrocos.

Além da criação do fundo, a Costa Rica, que aspira participar do bloco, assinou um tratado de livre comércio (TLC) com a Colômbia, cumprindo um requisito para fazer parte da aliança. O Panamá também deseja fazer parte do grupo.

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