PERSONAGENS E MOMENTOS DA HISTÓRIA - Curiosidades sobre a vida de personagens da história brasileira e mundial

Vasco de Balboa: O mar do Sul



O polêmico Vasco de Balboa, há 500 anos, fez, por terra, a segunda maior descoberta espanhola na América: o oceano Pacífico. Mas morreu decapitado, condenado por traição à Espanha

Fabiano Onça | 25/09/2013 16h57

Do alto da serra, os olhos do conquistador espanhol Vasco Núñez de Balboa miravam o que nenhum outro europeu vira antes. Ele acabara de fazer uma grande descoberta, a maior desde que Cristóvão Colombo chegara à América, 21 anos antes. Tamanho feito não foi capaz, porém, de salvar sua vida. Em 15 de janeiro de 1519, Balboa foi decapitado em praça pública, julgado traidor da causa espanhola. Não que ele tivesse sido apanhado de surpresa. Naquela terra recém-descoberta, onde o ouro e as pedras preciosas surgiam em quantidades absurdas mas a lei da Espanha falhava, a sobrevivência de um homem era feita de força bruta e astúcia. Vasco possuía ambas as qualidades. Foi por causa delas que virou herói. Mas também por causa delas perdeu a vida.
Quando foi condenado à morte, Vasco tinha por volta de 44 anos. Ele nascera provavelmente em 1475, em Jerez de los Caballeros, Extremadura, no sudoeste da Espanha. Seu pai, Nuño Arias de Balboa, era, ao menos no nome, um hidalgo, um nobre, descendente dos antigos senhores do castelo de Balboa, que ficava na região. Na prática, isso não significava muito para o então pequeno Vasco. Suas chances de conseguir qualquer herança do pai eram remotas, já que era o terceiro de uma família de quatro filhos homens. Sua melhor opção era pôr-se a serviço de outros nobres de maior importância. Foi assim que, durante os primeiros anos de sua adolescência, Vasco tornou-se pajem e escudeiro de dom Pedro de Portocarrero, senhor de Moguer. Com ele, Vasco aprendeu a manejar a espada. E, mais importante, teve acesso às notícias fantásticas que chegavam das descobertas marítimas.
Em 1500, a Espanha vivia uma febre de conquistas que só se aplacaria após quase dois séculos. Ela começara em 1492 com Colombo, que, patrocinado pelos reis espanhóis, revolucionara o conhecimento geográfico da época. As expedições posteriores, tendo por base a ilha de Hispaniola (atuais República Dominicana e Haiti), no Caribe, onde Colombo fundou as primeiras colônias, trouxeram mais notícias espantosas. Para além das ilhas de Cuba, existiriam ainda mais terras. A expectativa da coroa espanhola com as novas possessões era enorme.
Por isso, em 1494, a Espanha firmou, sob o patrocínio da Igreja, o famoso Tratado de Tordesilhas - na prática, um freio contra Portugal, o único possível país em condições de explorar as novas terras. Os portugueses haviam conseguido em 1488 contornar a África com Bartolomeu Dias e, novamente em 1500, partiam com uma frota para, ao que tudo indica, apossar-se das terras que já sabiam que existiam no Novo Mundo.
Naquele 1500, enquanto borbulhavam as histórias sobre o Novo Mundo, Vasco, cedendo aos impulsos aventureiros e valendo-se da influência de seu amo, conseguiu uma vaga na expedição do explorador Rodrigo de Bastidas. Um ano depois, a frota partiu do porto de Cádiz com duas embarcações principais (dois navios menores seguiram no ano seguinte) com a missão de mapear o então desconhecido litoral dos atuais Panamá e Colômbia. Vasco tinha cerca de 25 anos.
De gaiato no navio
A expedição de Rodrigo de Bastidas permaneceu ao longo do atual litoral colombiano por quase dois anos. Durante esse tempo, Vasco de Balboa tomou contato com a realidade do Novo Mundo. E aprendeu a regra para os aventureiros espanhóis que exploravam as riquezas da região: o conquistador, na prática, era livre para pilhar o que quisesse - pedras preciosas, ouro, pau-brasil - desde que, ao fim da aventura, deixasse um quinto do que tivesse encontrado junto aos fiscais do Tesouro espanhol. Em 1502, Bastidas encerrou a aventura com seus navios abarrotados de ouro e, depois de pagar o que devia à coroa, ainda foi agraciado com uma pensão vitalícia sobre a renda de algumas das terras recém-descobertas.
Vasco, como membro da tripulação, também recebeu sua parte de ouro, suficiente para comprar uma pequena propriedade em Hispaniola. Ali, tentou ganhar a vida cultivando grãos e criando porcos por sete anos. Mas a única coisa que conseguiu reunir após esse tempo foram dívidas. Os credores se impacientavam. E Vasco não tinha onde cair morto.
Em 1509, outra expedição espanhola, comandada por Martin Fernandez de Enciso, um figurão da corte, aportou na ilha de Hispaniola. Enciso havia fundado um povoado onde hoje se encontra a cidade colombiana de Cartagena das Índias. Mas o povoado estava sob duro ataque dos indígenas da região. Enciso deixara alguns soldados defendendo o local, sob o comando de um tal Francisco Pizarro, e voltou às pressas para Hispaniola em busca de reforços. Para Vasco, a oportunidade de se mandar dali havia surgido. Ele se infiltrou dentro de um dos barcos enfiado num barril - e ainda deu um jeito de levar seu inseparável cachorro, Leoncico. O truque foi percebido apenas em alto-mar. Ao saber do penetra, Enciso ameaçou deixá-lo numa ilha deserta. Entretanto, Vasco de Balboa tinha um trunfo: ele conhecia a região para onde o barco ia, pois a primeira expedição de que participara, oito anos antes, havia explorado aquela área.
Após o golpe, o poder
Os barcos chegaram a tempo de resgatar Pizarro e seus homens, mas não conseguiram evitar a destruição do povoado. Àquela altura, um mês após seu embarque, Vasco, com seu natural carisma, conquistara a simpatia da tripulação. Por outro lado, Fernandez de Enciso colecionava inimigos graças à teimosia em tentar reerguer o assentamento, cujo resultado foram apenas mais batalhas contra os belicosos indígenas.
Vasco de Balboa então convenceu Enciso de que havia um lugar melhor para criar um novo povoado, uma região ao norte, com a terra mais fértil e índios menos agressivos. A viagem para a atual região de Daren, no Panamá, levou alguns meses. Lá, a verdade era menos glamurosa. Logo na praia, os espanhóis tiveram que lutar com o cacique Cémaco, chefe local, e seus 500 homens. Conta-se que Vasco teria feito uma promessa à Virgen de La Antigua. Se os espanhóis vencessem, o povoado ganharia o nome da santa. Eles venceram. E, no local, em setembro de 1510, Balboa, Enciso e os sobreviventes fundaram o povoado europeu mais antigo do continente: Santa María de La Antigua de Darién.
A essa altura, Vasco de Balboa havia consolidado de vez sua liderança junto aos soldados, enquanto o comandante oficial continuava criando inimizades, especialmente depois de ele ter ficado com grande parte da pilhagem nas terras do cacique Cémaco. Era hora de Vasco dar o bote: ele conseguiu que Enciso perdesse o cargo alegando que o poder deste só era válido nas terras mais ao sul, e não lá onde se encontravam agora. O pequeno povoado de Santa María elegeu então Martin Samudio e Vasco Núñez de Balboa como alcaides no primeiro conselho municipal das Américas.
Entretanto, quando o governador da região de Veragua, Diego de Nicuesa, ficou sabendo da malandragem de Balboa, tomou um navio e foi para a vila. Queria desfazer tudo e levar o aventureiro preso. Mas Balboa soube disso e insuflou a população contra o governador. Quando ele chegou, em 1º de março de 1511, foi preso por uma multidão de colonos enfurecidos, que o colocaram, ao lado de seus 11 homens, num bote caindo aos pedaços em alto-mar. Ninguém nunca mais ouviu falar da desafortunada autoridade.
O ouro do mar do Sul


Não foi difícil para Balboa convencer as autoridades espanholas a nomeá-lo governador, afinal Nicuesa estava desaparecido e faltava gente capacitada no Novo Mundo. Seu primeiro ato no poder foi orquestrar o julgamento de Fernandez de Enciso, que foi sentenciado à prisão e teve suas riquezas confiscadas - mas dois anos depois foi exilado para a Espanha.
Vasco de Balboa estava livre para fazer o que sabia melhor: conquistar terras, escravizar índios e, mais que tudo, acumular ouro. Certa vez, numa conversa com Panquiaco, filho do cacique Comagre, ouviu pela primeira vez sobre o tal mar do Sul. De acordo com uma carta que Balboa enviou para os reis espanhóis Fernando de Castela e Isabel de Aragão, o índio teria dito: "Se vocês têm tanta fome de ouro que não se importam de sair de suas terras para assolar a terra dos outros, eu vou lhes mostrar uma província que saciará seu apetite". Panquiaco discorreu sobre as prodigiosas terras a sudoeste, que davam para o mar do Sul. Nelas, o povo teria tanto ouro que pratos e talheres eram feitos do metal.
Durante muito tempo, Vasco de Balboa tentou convencer o rei a patrocinar sua expedição para o tal mar. Como não obteve sucesso, decidiu partir por sua conta em 1º de setembro de 1513. Levava 190 soldados, alguns guias nativos e uma matilha de cães treinados - Leoncico entre eles. Ao norte, conseguiu com o cacique Careta o apoio de mais mil guerreiros. A expedição então mergulhou na selva fechada. "Algumas vezes eles tinham que avançar através de uma barreira de árvores que se enroscavam umas às outras, outras vezes tinham que cruzar lagos, onde homens e bestas de carga pereciam miseravelmente; então, repentinamente, uma elevação abrupta apresentava-se perante eles; no topo, um profundo e assustador precipício se formava diante dos pés", escreveu o historiador Manuel José Quintana em Vidas de Españoles Célebres (inédito em português). "E, acima de tudo, existia ainda a falta de provisões, que, junto a um estado de ansiedade e constante perigo, era mais que suficiente para quebrar a força de um homem e deprimir sua mente."
No caminho, deparou com tribos hostis, onde foi recebido a flechadas. Conforme vencia as batalhas, incorporava os índios derrotados à expedição. Entretanto, muitos dos espanhóis ficaram feridos ou exaustos. Vasco decidiu deixar o grosso de seus soldados descansando na aldeia do cacique Cuarecuá e continuou com 67 homens. Seguindo o rio Chucunaque, caminhou por toda a manhã do dia 25 de setembro, escalando uma cadeia de montanhas. Por volta do meio-dia, do alto da serra, viu o tão sonhado mar.
O historiador Francisco López de Gómara (1511-1566), que escreveu a obra-base Historia General de las Índias (sem versão em português), conta que Balboa, mostrando o mar a seus companheiros, disse-lhes: "Vejam aqui, amigos meus, o que tanto desejávamos! Com o favor de Cristo, seremos os mais ricos espanhóis que estas terras jamais viram; faremos o maior serviço ao nosso rei que nenhum vassalo jamais prestou ao seu senhor; e teremos o orgulho e prazer de, tudo quanto por aqui se descobrir e conquistar, converter à nossa fé católica!"
Frente ao oceano, escreveu Balboa ao rei, as pessoas ficaram muito alegres. O capelão da expedição, Andrés de Vera, teria cantado o hino litúrgico Te Deum, abençoando o momento. "Segundo a definição de descobrimento, porém, é inexato afirmar que os europeus descobriram o Pacífico", diz a historiadora Marta Herrera Angel, da Universidad de los Andes, na Colômbia. "O mais exato é dizer que a população nativa da área levou os europeus a verem o Pacífico. Isso porque a costa pacífica já era densamente povoada e o oceano, navegado milênios antes."
Nas ilhas próximas, Balboa encontrou pérolas e ouro, muito ouro. Quando voltou para Santa María, em 19 de janeiro de 1514, declarou uma fortuna de 100 mil dobrões em ouro, algo equivalente a 34 milhões de reais atuais. Mas nem tudo continuaria bem. Seu antigo desafeto Fernandez de Enciso disseminara duras acusações contra Vasco na corte, incluindo sua ligação com o sumiço do antigo governador Diogo de Nicuesa. Os reis designaram um novo governador para o lugar de Vasco, o nobre Pedro Árias de Ávila, ou Pedrarias D’Ávila - graças a seu apetite por pedras preciosas.
Balboa ainda tentou outras expedições frustradas antes de ir novamente para o mar do Sul, em 1517. Lá, construiu navios e singrou por cerca de 70 quilômetros, cartografando a costa. Mas voltou ao receber algumas cartas de Pedrarias, requisitando sua presença imediata em Santa María. Foi preso por soldados comandados por seu velho conhecido Francisco Pizarro, acusado de alta traição à Espanha por tentar construir um reino para si no mar do Sul. Foi julgado culpado em janeiro de 1519 e condenado à morte. Até o último momento, Balboa clamou por inocência. Em vão. Ao ser decapitado, sua cabeça não se separou do corpo logo no primeiro golpe. O carrasco teve de dar mais duas machadadas para cumprir a sentença.
O reconhecimento de seu feito - que influenciou gerações de desbravadores do Pacífico, como Fernão de Magalhães e Francis Drake - só ocorreu muitos séculos depois. No Panamá, hoje, a mais alta honraria do país é a medalha Vasco Núñez de Balboa. A moeda local também se chama balboa e, desde 1903, mantém paridade de 1 para 1 com o dólar. Até na Lua nosso herói ganhou honraria póstuma: uma cratera batizada com seu sobrenome.









Barão de Mauá

Industrial e político brasileiro


Biografia de Barão de Mauá:

Barão de Mauá ou Visconde de Mauá (1813-1889) foi industrial e político brasileiro. Pioneiro da industrialização no Brasil. Foi um símbolo dos capitalistas empreendedores brasileiros do século XIX. Foi responsável por grandes obras como um Estaleiro, a Companhia Fluminense de Transporte e a primeira estrada de ferro ligando o Rio de Janeiro a Petrópolis. Investiu como sócio nas ferrovias de Recife e de Salvador que chegavam até o Rio São Francisco, entre várias outros empreendimento.                                            
Barão de Mauá (1813-1889) nasceu em Arroio Grande no Rio Grande do Sul em 28 de dezembro de 1813. Filho do fazendeiro João Evangelista de Ávila e Sousa e Maria de Jesus Batista de Carvalho. Ficou órfão de pai aos oito anos de idade, sendo entregue aos cuidados de um tio, capitão da marinha mercante. É levado para São Paulo, onde fica interno num colégio de 1821 a 1823. Aos 11 anos emprega-se como balconista de uma loja de tecidos. Em 1824 vai trabalhar como caixeiro da Companhia Inglesa Carruthers, especializada em importação onde o proprietário Ricardo Carruthers lhe ensinou inglês, contabilidade e a arte de comercializar. Aos 23 anos torna-se sócio-gerente da empresa.
Em 1837 adquire uma chácara no Morro de Santa Teresa. Chamava seus empregados de meus auxiliares. Criou antipatia de senhores de engenho e também da corte, por dar abrigo a escravos foragidos. Em 1840 vai buscar sua mãe, sua irmã, e sua sobrinha adolescente Maria Joaquina. As três se instalaram em sua chácara. Mauá vai para a Inglaterra e traz um anel de ouro. Presenteia a sobrinha era o pedido de casamento. Casaram-se em 1841 e juntos tiveram 12 filhos. Dona Guilhermina, sua irmã e sogra, comandava a casa, agora uma mansão na rua do Catete.
Em 1946 vende sua parte na Carruthers e adquire uma pequena fundição, situada na Ponta da Areia em Niterói. Vai buscar recursos na Inglaterra estava convencido que o Brasil deveria caminhar para a industrialização. Nesse mesmo ano funda um estaleiro. A Fundição e Companhia Estaleiro da Ponta da Areia, logo multiplica por quatro seu patrimônio.
Irineu Evangelista de Sousa, Barão de Mauá foi pioneiro no campo dos serviços públicos, fundou em 1852 a Companhia Fluminense de Transportes. Em 1853 criou a Companhia de Navegação a Vapor do rio Amazonas, obtendo o direito à navegação por 30 anos. A Amazônia teve pela primeira vez, transporte regular entre seus pontos mais longínquos.
Em 1854 fundou a Companhia de Iluminação a gás do Rio de Janeiro e no dia 30 de abril inaugura 15 km da primeira estrada de ferro ligando o Porto Mauá na baía da Guanabara à encosta da Serra da Estrela. Entre os convidados estava Dom Pedro II, que no mesmo dia concede a Irineu o título de "Barão de Mauá". A locomotiva recebe o nome de Baronesa em homenagem à esposa do Barão. Inaugurou nesse mesmo ano o trecho inicial da União e Indústria, primeira rodovia pavimentada do país, entre Petrópolis e Juiz de Fora.
Em sociedade com capitalistas ingleses e cafeicultores paulistas, participou da construção da Recife and São Francisco Railway Company, da ferrovia dom Pedro II, atual Central do Brasil e da São Paulo Railway, hoje Santos-Jundiaí. Iniciou a construção do canal do mangue no Rio de Janeiro e foi o responsável pela instalação dos primeiros cabos telegráficos submarinos, ligando o Brasil à Europa.
Barão de Mauá fundou, no final da década de 1850, o Banco Mauá, MacGregor & Cia, com filiais em várias capitais brasileiras, como também em Londres, Nova Iorque, Buenos Aires e Montevidéu. Ajudou a fundar o segundo Banco do Brasil pois o primeiro havia falido em 1829.
Liberal, abolicionista e contrário à Guerra do Paraguai, forneceu os recursos financeiros necessários à defesa de Montevidéu quando o governo imperial decidiu intervir nas questões do Prata em 1850. e assim, tornou-se persona non grata no Império. Suas fábricas passaram a ser alvo de sabotagens criminosas e seus negócios foram abalados pela legislação que sobretaxava as importações de matéria prima para suas indústrias. Em 1857 seu estaleiro foi criminosamente incendiado.
O Barão de Mauá foi deputado pelo Rio Grande do Sul em diversas legislaturas, mas renunciou ao mandato em 1873 para cuidar de seus negócios, ameaçados desde a crise bancária de 1864. Apesar de todas as realizações o Barão de Mauá terminou falindo. Em 1874 recebe o título de Visconde de Mauá. Em 1875 com o encerramento do Banco Mauá, viu-se obrigado a vender a maioria de suas empresas a capitalistas estrangeiros. Doente, sofrendo com a diabetes, só descansou depois de pagar todas as dívidas, encerrando com nobreza todas as suas atividades, embora sem patrimônio.
Irineu Evangelista de Sousa faleceu em Petrópolis, Rio de Janeiro, no dia 21 de outubro de 1889.







Dom Pedro II

                             Pedro II, aos 12 anos
Imperador do Brasil
Dom Pedro II (1825-1891) foi o segundo e último Imperador do Brasil. Tornou-se príncipe regente aos seis anos de idade, quando seu pai Dom Pedro I, abdicou do trono. José Bonifácio de Andrada e Silva foi nomeado seu tutor e depois foi substituído por Manuel Inácio de Andrade Souto Maior Pinto Coelho. Aos 15 anos foi declarado maior e coroado Imperador do Brasil.
Dom Pedro II (1825-1891) nasceu no Palácio da Quinta da Boa Vista, Rio de Janeiro, Brasil, no dia 02 de dezembro de 1825. Filho do Imperador Dom Pedro I e da Imperatriz Dona Maria Leopoldina. Ficou órfão de mãe com apenas um ano de idade. Com nove anos perdeu também seu pai. Era o sétimo filho, mas tornou-se herdeiro do trono brasileiro, com a morte de seus irmãos mais velhos. Cresceu aos cuidados da camareira-mor Dona Mariana Carlota de Verna Magalhães Coutinho, mais tarde condessa de Belmonte.
No dia 2 de agosto de 1826, Dom Pedro foi reconhecido como herdeiro da coroa do império brasileiro. No dia 7 de abril de 1831, seu pai Dom Pedro I, que vinha enfrentando severa oposição política, acusado de favorecer os interesses portugueses no Brasil independente, abdica do trono e embarca de volta a Portugal, deixando Pedro como regente, com apenas seis anos de idade. Para tutor de Pedro, seu pai nomeou José Bonifácio de Andrada e Silva.
Com a abdicação e a menoridade do herdeiro do trono, foi eleita pela Assembléia, obedecendo à Constituição, uma Regência Trina até a maioridade de Dom Pedro. Estando o Senado e a Câmara de férias, foi eleita uma Regência Trina Provisória, que permaneceu de 7 de abril a 17 de junho de 1831. Em seguida foi eleita a Regência Trina Permanente, entre 1831 e 1835. A Regência Una de Feijó governou entre 1835 e 1837. E a Regência Una de Araújo Lima governou entre 1838 e 1840.
Durante a menoridade, Dom Pedro teve aulas com diversos mestre ilustres, escolhidos por seu tutor José Bonifácio. Estudou caligrafia, literatura, francês, inglês, alemão, geografia, ciências naturais, pintura, música, dança, esgrima e equitação.
Os liberais moderados governavam o País com dificuldades, enfrentando os que preferiam a República. Outro grupo queria a volta de Dom Pedro I. As crises se acumulavam. Em 1840 os conservadores mantinham a maioria parlamentar e fizeram aprovar a Lei de Interpretação do Ato Adicional que reduzia as conquistas feitas pelos liberais. Esses, inconformados começaram a luta pela maioridade do imperador, então com 15 anos. No dia 22 de julho, indagado, Dom Pedro aceita assumir o Governo do Império brasileiro. No dia 23 de julho de 1840, Dom Pedro II é coroado Imperador. O ato ficou conhecido como o Golpe da Maioridade.
Os primeiros anos de reinado de Dom Pedro II foram de aprendizado político. Aplicava-se inteiramente aos negócios de Estado, exercia a risca a Constituição. Aos poucos o país se pacificava. No dia 3 de setembro de 1843, Dom Pedro II esperava no porto, sua esposa Teresa Cristina de Bourbon. O casamento era um arranjo político com Francisco I, rei das Duas Sicílias. Tiveram quatro filhos, mas só sobreviveram Isabel e Leopoldina. A vida na corte era calma. As portas do Palácio Isabel, hoje Palácio Guanabara, era abertas quatro vezes por ano, ao corpo diplomático e à nobreza.
No início de seu governo, Dom Pedro I fez viagens diplomáticas às províncias mais conflituadas. Em 1850, Dom Pedro II ainda não completara 25 anos , mas seu império já estava consolidado. A constituição de 1824, com as modificações introduzidas pelo Ato Adicional, dava ao Imperador um Governo quase autocrático. Mas Pedro II optou, sempre, pela moderação. Os partidos políticos do Império representavam a aristocracia rural e a técnica política do Imperador era revezar os partidos no poder. Essa política sobreviveu por quase vinte anos.
Dom Pedro era acusado de dedicar mais tempo aos livros do que às questões políticas. O império que gozava de certa prosperidade econômica, começou a perder o equilíbrio, com as guerras na região do rio da Prata. As forças imperiais lutaram em 1850, contra Rosas e Oribe e em 1864 contra Aguirre. Em 1865, teve inicio a Guerra do Paraguai, que durou cinco anos e finalmente o Paraguai foi vencido. Ao terminar a guerra, o movimento abolicionista tomava impulso e no Rio de Janeiro fundava-se em 1870, o Partido Republicano.
Na década de 70, Dom Pedro II viajou duas vezes à Europa, deixando sua filha a Princesa isabel como Regente. Em ambos os momentos a princesa resolveu causas difíceis. Em 1871, assinou a lei do Ventre Livre e em 1875 foi resolvida a Questão Religiosa. Em 1886, Dom Pedro adoece e parte novamente para a Europa. No dia 13 de maio de 1888, com a Regência da Princesa Isabel, é assinado o decreto que acaba com a escravidão no Brasil.
O ideal republicano que surgiu no Brasil em vários movimentos, como na Guerra dos Farrapos e na Revolução Praieira, foi só após a Guerra do Paraguai que ressurgiu e se fortaleceu. No dia 15 de novembro de 1889, resultado da conjugação de interesses políticos, o governo imperial foi derrubado. Estava proclamada a República no Brasil. No dia seguinte organizou-se um governo provisório, que deu 24 horas para Dom Pedro deixar o país.
Dom Pedro de Alcântara embarca com a família para Portugal, era 17 de novembro de 1889, dois dias após a proclamação da República. Chegando em Lisboa no dia 7 de dezembro e seguindo para o Porto, onde a imperatriz morreu no dia 28 do mesmo mês. Pedro, com 67 anos, segue sozinho para Paris, onde fica hospedado no Hotel Bedford, onde passava o dia lendo e estudando. As visitas à Biblioteca Nacional era seu refúgio. Em novembro de 1891, doente não saia mais do quarto.
Pedro de Alcântara João Carlos Leopoldo Salvador Bibiano Francisco Xavier de Paula Leocádio Miguel Gabriel Rafael Gonzaga de Bragança, morre no dia 5 de dezembro de 1891, em consequência de uma pneumonia. Seus restos mortais são transladados para Lisboa, e depositado no convento de São Vicente de Fora, junto aos da esposa. Quando revogada a lei do banimento em 1920, os despojos dos imperadores foram trazidos para o Brasil e depositados na catedral do Rio de Janeiro em 1921. Em 1925, foram transferidos para Petrópolis.





A MALDIÇÃO DOS TEMPLÁRIOS





História

A Ordem dos Pobres Cavaleiros de Cristo e do Templo de Salomão, ou simplesmente a Ordem do Tempo ou Cavaleiros Templários, tornou-se, no século XIV,  uma instituição de enorme poder político, militar e econômico. A sua divisa era: " Non nobis Domine, non nobis, sed nomini Tuo da gloriam ! ", o que significa: " Não por nós Senhor, não por nós, mas para a glória de Teu nome! "

De forma rápida a Ordem ia crescendo, tanto política quanto economicamente. Estavam diretamente sob a autoridade papal, e, portanto, sem responsabilidade para com qualquer Rei ou nação.

Passaram a possuir terras, castelos e muito dinheiro. Tamanha se tornara a sua força que mesmo Reis e Príncipes passariam a confiar toda fortuna que possuíam à sua guarda. Muito da riqueza Templária advém disto, pois boa parte dos bens conferidos à guarda Templária, quer por um motivo ou outro, jamais retornaria às mãos de seu dono original.

Mas o início do século XIV encontraria uma Europa bem distinta daquela de duzentos anos antes. As derrotas do exército cristão, no oriente, impunham um definitivo cessar da era das grandes cruzadas. Não havia mais terras santas a serem defendidas e a idéia de Ordens Militares logo tomaria ares de anomalia, visto não mais haver necessidade de sua principal função: a proteção dos peregrinos.

Nessa época, reinava na França, Felipe IV, cognominado Felipe o Belo. Implacavelmente coerente em seus atos, realçando os aspectos sacerdotais de um monarca, Felipe IV, transformara-se em uma espécie de semideus, conduzindo seu reinado com mão de ferro.

Felipe, como parte de um maquiavélico plano, tentara fazer parte da Ordem do Templo. Mas, para sua ira, seu pedido de ingresso lhe fora negado.

A história, repleta de exemplos de Reis dominados pela Igreja e por Papas, teve em Felipe, o Belo, justamente o oposto. O quadro clérigo da época destacava-se, não pela presumida divina representação terrena de Deus, atribuída a Santa Igreja Católica, mas pelas fortes disputas internas por posições de destaque político dentro do corpo eclesiástico. Felipe, bem consciente deste fato, marcou um encontro secreto com um certo arcebispo, nas ruínas de um mosteiro em plena floresta. Nesse encontro, propõe fazer do inexpressivo arcebispo, Papa, em troca de seis favores, dos quais um, só lhe seria revelado após a eleição. Felipe acertara em cheio na sua escolha. Assim, sob sua influência, um sujeito fraco e ganancioso, o Arcebispo Beltrão de Got, subia ao Trono de São Pedro como Papa Clemente V, em novembro de 1305.

O favor oculto devido a Felipe por Clemente V, só um papa poderia fazê-lo, pois os Templários não estavam submissos a mais ninguém. Era a dissolução da Ordem dos Templários e Clemente V seria o instrumento de Felipe, o Belo.

Felipe, no intuito de elaborar um plano de ação contra os Templários, fez-se infiltrar na Ordem através de vários agentes. O fim da Ordem do Templo estava desencadeado. Em uma sexta-feira, 13 de outubro de 1307, Jacques de Molay e cerca de cinco mil Templários, quase todos aqueles existentes na França, foram encarcerados pelos homens do Rei Felipe, o Belo.

As acusações mostravam heresias as mais diversas, a maioria destas sendo bem comuns aos cotidianos processos movidos pela Santa Inquisição: negação do Cristo, blasfêmia contra Deus, homossexualismo, idolatria ( adoração de Baphomet ), conluio com os infiéis do islã, etc.

O processo de inquisição contra os Templários continuou por sete anos. Seu ápice ocorreu em 18 de março de 1314, quando o último líder dos Templários, Jacques de Molay e Geoffroy de Charnay, foram arrastados à morte na fogueira da Santa Inquisição.
A MALDIÇÃO DE JACQUES De MOLAY


A lenda nos diz que, em meio as chamas, pouco antes de morrer, ouviu-se a voz de Jacques de Molay, o último Grão Mestre Templário, intimando seus três algozes: O papa ClementeV, Guilherme de Nogaret (Guarda-Selos do reino) e o Rei Filipe, a comparecer diante do tribunal de Deus, e amaldiçou os seus descendentes. Segundo a lenda, foram essas as suas últimas palavras:

"NEKAN, ADONAI !!! CHOL-BEGOAL !!! PAPA CLEMENTE... CAVALEIRO GUILHERME DE NOGARET... REI FILIPE: INTIMO-OS A COMPARECER PERANTE O TRIBUNAL DE DEUS DENTRO DE UM ANO PARA RECEBEREM O JUSTO CASTIGO. MALDITOS! MALDITOS! TODOS MALDITOS ATÉ A DÉCIMA TERCEIRA GERAÇÃO DE VOSSAS RAÇAS!!!"

Se isso é ou não verdade, não se pode afirmar. Contudo, Clemente morreu trinta e três dias depois e o Rei Felipe, o Belo, o seguiu em pouco mais de seis meses. Aceita ou não, esta Lenda do último Grão-Mestre da Ordem do Templo - Jacques De Molay, as mortes e o próprio mito que cercou os Cavaleiros Templários, permanecem um mistério.
A ORDEM SOBREVIVE


O rei Filipe tentou tomar posse dos tesouros dos templários, no entanto quando seus homens chegaram ao porto, a frota templária já havia partido misteriosamente com todos os tesouros, e jamais foi encontrada. Os possíveis destinos dessa frota seriam Portugal, onde os templários seriam protegidos; Inglaterra, onde se refugiaram por algum tempo, e Escócia onde também puderam permanecer com bastante segurança.

Após a aniquilação dos Templários na maior parte da Europa, a Ordem continuou em Portugal, como a Ordem de Cristo ( da qual o Infante D. Henrique foi Grão-mestre ). A Ordem de Cristo herdou todos os bens dos Templários portugueses e desempenhou um papel fundamental nos Descobrimentos.

Na Escócia, a Ordem do Templo contou com a proteção de Robert Bruce Stuart (Roberto I Rei da Escócia) e gozou de liberdade suficiente para continuar suas atividades sem ser incomodada pela inquisição da Igreja Católica. Seus membros ingressaram nas fraternidades maçônicas e em 1314, Robert Bruce e Johan Marcus Larmenio, considerado sucessor de Jacques de Molay, fundam a "Loja dos Maçons Livres e Aceitos do Rito Escocês". Os Templários sobreviveram nos rituais maçônicos, especialmente no "Rito Escocês Antigo e Aceito" e também na "Ordem DeMolay".




------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------


AS AMANTES DE NAPOLEÃO BONAPARTE




Napoleão Bonaparte ficou historicamente reconhecido pelo seu expressivo carisma e habilidade militar. Estabelecendo uma rápida carreira foi capaz de ascender na hierarquia do exército francês e, logo depois, assumir o posto máximo do governo deste mesmo país. Contudo, além de sua habilidade política e militar esse aclamado personagem também ficou conhecido pelo seu amplo número de relações amorosas.

Quando jovem, não sendo detentor de uma imagem muito atraente, acabou se engalfinhando nos estudos que, com apenas dezesseis anos, lhe garantiram a condição de tenente do exército francês. Dois anos mais tarde, não resistiu às tentações das várias prostitutas que ziguezagueavam nas proximidades do Palais Royal, no centro de Paris. Certa noite, acabou se deitando com uma dessas mulheres após uma longa sabatina de perguntas sobre a vida da prostituta escolhida.

Com o estouro da revolução, Napoleão começara a ficar conhecido pela sua coragem e astúcia no campo de batalha. Entretanto, o mesmo papel de destaque não acontecia com as mulheres, que continuavam a vê-lo como um homem de  pouca expressividade. Mesmo fazendo aulas de dança e etiqueta, nenhuma dama casadoira se prontificava a confiar naquela figura desalinhada e de pouco tato.

A primeira jovem que manifestou o desejo de subir ao altar com o promissor general de brigada foi Bernardine Eugénie Desiree, de apenas dezesseis anos. Contudo, seu pai não permitira o casório, pois não tinha muito gosto pela família Bonaparte. Anos antes, já havia permitido José Bonaparte, irmão mais velho de Napoleão, a se casar com outra de suas filhas. De fato, a condição de homem casado só veio a ser galgada por Napoleão em 1796, quando a viúva Josefina de Beauharnais aceitou o seu pedido.

Perdidamente apaixonado pela esposa, Napoleão escrevia tórridas cartas de amor que confessavam a sua completa devoção à Josefina. Em contrapartida, a mulher lhe traía com outros homens e não se importava em responder as cartas de amor do marido. Ao tomar consciência do amor não correspondido, Napoleão decidiu responder à altura mantendo um caso com a bela Pauline Fourès, que havia se disfarçado de homem para acompanhar o marido nas batalhas do Egito.

O seu envolvimento com Pauline não era segredo para nenhum de seus comandados, tanto que alguns a chamavam jocosamente de “a Cleópatra loura do general”. Nesse mesmo tempo que esteve em terras egípcias, manteve outra relação extraconjugal com Zenab, filha de um xeique egípcio que lutou contra as tropas francesas. Com o fim das campanhas no Egito, ele retornou para o seu lar e, mais uma vez, não encontrou a infiel esposa à sua espera.

Enfurecido pelo descaso de seu cônjuge, concluiu que o divórcio deveria acabar com o desencontro entre o falido casal. Desesperada pela decisão, Josefina se atirou aos pés de Napoleão lhe suplicando perdão. Ao ver a esposa em lágrimas, não resistiu e a perdoou. Após o incidente, Napoleão ascendeu no cenário político francês com o apoio da população que o enxergava como um inquestionável herói nacional. No ano de 1804, tornou-se imperador da França e transformou Josefina em imperatriz.

Ciente de que seu casamento não era bem sucedido, Napoleão aproveitou do poder para que seus assessores aliciassem as belas damas da corte parisiense. Entre as amantes desconhecidas, teve um caso mais regular com a atriz Georgina, que se sentia lisonjeada pelo desejo que provocara em um dos mais poderosos homens daquela época. Mesmo afeiçoada àquela situação, os aliciadores do imperador sempre recomendavam que ela se mostrasse surpresa durante os encontros, como era do gosto de Napoleão.

A certa altura, o apetite sexual de Napoleão acabou sendo usado como instrumento de barganha política. Certa ocasião, o imperador francês se mostrou perdidamente apaixonado pela condessa polonesa Maria Waleska. Ao saberem da situação, os compatriotas encorajaram Waleska a investir na relação. O objetivo por detrás da manobra seria convencer Napoleão a estabelecer a independência da Polônia, que havia sido tomada pelas tropas da Rússia, Prússia e Áustria.

O envolvimento com Maria Waleska deu origem, em 1810, ao primeiro filho de Napoleão Bonaparte, Alexander Walewski, que não pode ser reconhecido. Apesar do empecilho, o imperador francês notara que deveria deixar um herdeiro ao trono e que sua esposa não tinha condições físicas para engravidar. Com isso, decidiu se divorciar de Josefina, que, por sua vez, ficou completamente desolada.

Na verdade, quatro anos antes, Napoleão havia tido outro filho bastardo com Eléonore Denuelle, dama de companhia de uma das irmãs do imperador. Sem poder revelar quem era o pai da criança, a serviçal decidiu homenageá-lo com o nome de León, uma abreviação de “Napoleón”. Nessa época, as aventuras amorosas do general corso começavam a espalhar seus descendentes pela Europa. 

Buscando resolver a questão do herdeiro e, ao mesmo tempo, arrefecer o furor das tropas inimigas, Napoleão negociou seu casamento com a duquesa Maria Luísa. Sendo filha do imperador da Áustria, este casamento poderia servir como ponto fundamental para que as outras nações europeias reconhecessem o seu governo. Tempos depois, ao longo de uma relação que parecia feliz, Bonaparte conseguiu seu único filho legítimo, François Charles Joseph Bonaparte ou Napoleão II.

No ano de 1814, as terríveis derrotas impostas pelo exército russo acabaram separando o casal imperial definitivamente. Nem mesmo quando reassumiu a França no “Governo de Cem Dias”, a jovem imperatriz teve a oportunidade de encontrar o amado marido. Com o tempo, a distância acabou forçando-a a sustentar um relacionamento extraconjugal com o ajudante de ordens Adam Albert Graf von Neipperg.

No período que esteve exilado em Santa Helena, Napoleão teve um caso com Albine Hélêne, mulher de um dos serviçais que o acompanhou no exílio. Em 1819, a jovem Albine abandonou a ilha com uma criança chamada Josephine, a qual o derrotado imperador reconheceu como sua filha. Curiosamente, antes de falecer, Napoleão pediu que seu coração fosse enviado à Maria Luísa. Entretanto, as autoridades britânicas não permitiram que este último e macabro gesto romântico fosse realizado.


(fONTE: História do Mundo,com.br)





A VIDA DE JOAQUIM JOSÉ DA SILVA XAVIER



(Observação: não existem descrições precisas ou imagens do Alferes Xavier, portanto, todas as imagens produzidas sobre ele são fictícias )


O NASCIMENTO
Joaquim José da Silva Xavier nasceu na fazenda do Pombal, comarca do Rio das Mortes, próximo a Vila de são José Del Rei. (Atual Tiradentes) no ano de 1746, não se sabendo, porém o dia de seu nascimento. Era o quarto filho de Domingos da Silva 406 Santos, Português e de Dona Antônia da Encarnação Xavier, e seus irmãos eram: Domingos, Antonio e José, e as irmãs eram Antonia Rita, Maria Vitória, e Eufrásia Maria. Tiradentes foi batizado no dia 12 de novembro de 1746, tendo sido seu padrinho o Dentista Sebastião Ferreira Leitão e como madrinha Nossa Senhora da Ajuda.
INFÂNCIA E JUVENTUDE
Tiradentes foi criado e passou parte de sua infância na fazenda de seu pai, sendo que aos nove anos de idade, morre sua - mãe, e aos doze morre seu pai. A família se desfez. Tiradentes foi morar na casa de seu Padrinho, o dentista Sebastião Ferreira Leitão, que - procurou interessá-lo por sua profissão, incentivando-o a ler livros de medicina e ensinando-lhe noções práticas de cirurgia e odontologia. Bem cedo começou a ajudar o padrinho no trabalho.
Fazia curativos e logo aprendeu a tirar dentes e substitui-los por dentaduras e dentes postiços, ficando assim conhecido na Vila de São José Del Rei como o Tiradentes.
Trabalhou também como tropeiro e mascate, caminhando pelos garimpos de Minas e fazendo viagens ate a Bahia. Depois tentou a sorte na atividade mineradora, ocasião em que comprou uma pequena porção de terras e quatro escravos, aplicando o que economizou como dentista, porém não deu certo esta sua - tentativa, deixando-lhe apenas muitas dívidas.
O MILITAR
Em lº de Dezembro de 1775 ingressou na carreira militar e alistou-se na 6º Cia. de Dragões da Capitania de Minas Gerais, e por ser - descendente de portugueses cristãos, teve o privilégio de ingressar nas armas já como oficial, sem passar pelos postos subalternos. Tornou-se - Alferes, posto este correspondente ao de 2º tenente.
Recebeu missões perigosas, que cumpriu com eficiência, devido ao seu conhecimento do sertão.
À frente do destacamento acabou com o banditismo na serra da Mantiqueira e combateu os contrabandistas de ouro.
Comandou a guarda dos armamentos depositados no quartel de Vila Rica. Em 1781, foi nomeado pela rainha de Portugal para chefiar a patrulha do Caminho Novo, estrada que ligava Minas ao Rio de Janeiro, por onde seguiam as Tropas de Mulas trazendo o ouro para ser embarcado no porto do Rio de Janeiro.
Nessa fase de sua vida, Tiradentes fez amizades em todas as vendas e hospedarias da estrada, onde ficou muito popular. Também nessa mesma época - Tiradentes, já aos 35 anos, namorou uma jovem de quem gostou muito, de nome Ana, que morava no Tijuco (atual Diamantina) e era sobrinha do Padre Rolim, seu amigo e, mais tarde, também membro da Conjuração Mineira. Quando Tiradentes pediu-a em casamento, através do Padre, ficou sabendo que - ela já estava prometida a outro.
Tiradentes nunca se casou. Continuava só, porem duas outras mulheres haviam passado em sua vida; ambas de nobre condição social. A primeira, uma mulata, Eugênia Joaquina da Silva, de quem Tiradentes teve um filho de nome João. A outra uma viúva, Antônia Maria do Espírito Santo, vivia nos - arredores de Vila Rica (atual Ouro Preto), e também lhe deu uma criança, uma menina de nome Joaquina.
No ano de 1787, cansado da vida militar, Tiradentes pediu licença no regimento, e foi para o Rio de Janeiro, onde apresentou ao vice-rei Dom Luiz de Vasconcelos alguns projetos de engenharia e hidráulica, para a canalização e captação dos rios Catete e Maracanã, para abastecimento da cidade e edificação de moinhos; e construção de armazéns para o gado a ser exportado. Seus projetos porem ficaram aguardando a aprovação das autoridades de Portugal, e nunca foram executados. Enquanto permanecia no Rio de Janeiro, reuniu-se com o estudante José Álvares Maciel, que acabava de chegar da Inglaterra, com o Padre Rolim e com o Coronel Joaquim Silvério dos Reis, e juntos elaboraram os primeiros planos da revolta contra Portugal.
Terminada sua licença Militar, Tiradentes, em Agosto de 1788, volta a Minas comandando a escolta da mulher do Visconde de Barbacena, novo Governador de Minas.
Em Vila Rica se tornou o principal articulador da conspiração para a libertação do país. Organizou um grupo do qual faziam parte pessoas de grande - projeção na capitania.
Era ao mesmo tempo, um idealista e um espírito prático. Não hesitava em fantasiar os fatos para atingir seus objetivos.
Inventou, por exemplo, que o novo governador trazia instruções para que - as fortunas particulares em Minas, não ultrapassassem dez mil cruzados. Garantiu a todos o apoio de potências estrangeiras à conjuração.
Em fins de 1788, aconteceu a primeira reunião dos conspiradores na casa do Tenente-Coronel Paula Freire. A ele se unira o Padre Carlos Correia de Toledo, vigário de São João Del Rei, homem rico e influente, e a conspiração foi crescendo com a participação do Cônego Luiz Vieira da Silva, do Padre Rolim, Tomás Antonio Gonzaga, Cláudio Manoel da Costa, Alvarenga Peixoto e outros que no decorrer do tempo se juntaram aos primeiros.
A INICIAÇÃO DE TIRADENTES
Naquela época a maçonaria permitia que se fizesse iniciações fora dos templos e às vezes por um irmão com autoridade, o que era denominado de: Iniciação por Comunicação. E assim José Álvares Maciel iniciou Joaquim Jose da Silva Xavier, sendo que este tipo de iniciação foi suprimido em 1907, com a promulgação da constituição
Lauro Sodré. O Coronel Francisco de Paula Freire, não gostava do Alferes Tiradentes, com o qual mantinha fria distância. Esse tratamento mudou completamente quando Tiradentes de volta do Rio de Janeiro, participou-lhe que havia si do iniciado nos mistérios da Maçonaria.
A DELAÇÃO
0s planos foram traçados, na ocasião da derrama, Tiradentes depois de prender o governador, despertaria Vila Rica aos gritos de Liberdade. A pretexto de restaurar a ordem, Paula Freire e suas tropas ocupariam a cidade e, com Vila Rica sob controle, declararia sua Adesão à Inconfidência. Tiradentes resolve passar em todos os conjurados e verificar se cada um estava cônscio de sua responsabilidade, obtendo um sim de cada um deles e em Março de 1789, segue para o Rio com desculpa de ver como iam os seus requerimentos de obras públicas, porém sua verdadeira missão era conseguir o "apoio da guarnição do Rio de Janeiro e durante sua viagem ia divulgando suas idéias, sem maiores cautelas, pelas hospedarias e vilas do Caminho Novo e durante sua viagem a conspiração foi denunciada em uma carta dirigida ao Governador Visconde de Barbacena e assinado pelo traidor Joaquim Silvério dos Reis do seguinte teor:
Existe um movimento contra a Coroa e automaticamente contra V. Excia. no sentido de derruba-lo por ocasião da derrama e em seguida sublevar o povo e a tropa, para logo após, partirem com adesão do povo de outras províncias, para uma louca independência.
Para isso contam com as maiores inteligências desta terra e pessoas de destaque do vosso governo, tendo como principal chefe o Alferes Joaquim José da Silva Xavier, um dos mais inflamados oradores, acompanhado de perto por homens com ideais impregnados pelos últimos acontecimentos de independência da América Inglesa.
Se V. Excia. der crédito a esta missiva, gostaria de ser chamado sigilosamente ao vosso gabinete, onde declinaria pessoalmente o nome de todos os que tramam contra nossa Augusta e Soberana Rainha.
Ponha todos estes importantes participantes na presença de V. Excia. pela obrigação de felicidade, não por meu intento, nem vontade, sejam de ver a ruína de pessoa alguma, o que espero em Deus que, com o bom discurso de V. Excia. há de acontecer tudo e dar as providências, sem a perdição dos vassalos. O prêmio que peço tão somente a v. Excia. é o de rogar-lhe que pelo amor de Deus se não perca ninguém”.
A PRISÃO E MORTE
Todos os inconfidentes foram presos, porém Tiradentes encontrava-se na casa de seu amigo Domingos Fernandes da Cruz, na cidade do Rio de Janeiro, onde no dia 10 de maio de 1789, foi preso e ficou incomunicável cerca, de três anos e nesse período só foi visitado por seu - confessor, o Padre Raimundo Penaforte. No dia 18 de abril de 1792, foi proferida a sentença dos cinco réus padres, e no dia 19, dos demais conjurados. A Tiradentes foi proferida a seguinte sentença:
"Portanto condenam ao réu Joaquim José da Silva Xavier, por alcunha o Tiradentes, alferes que foi da tropa paga da capitania de Minas, a que com baraço e pregão, seja conduzido pelas ruas públicas ao lugar da forca e nela morra morte natural para sempre, e que depois de morto lhe seja cortada a cabeça e levada a Vila Rica, onde em lugar mais publico dela, será pregada, em um poste alto até que o tempo a consuma; e o seu corpo será dividido em quatro Quartos, e pregado em postes pelo caminho de Minas, no sítio da Varginha e das Cebolas, onde o réu teve suas infames práticas, e os mais, nos sítios de maiores povoações, até que o tempo também os consuma; Declaram o réu infame, e seus filhos e netos, tendo os seus bens aplicados para o Fisco e Câmara Real, e a casa em que vivia em Vila Rica, será arrasada e salgada, para que nunca mais no chão se edifique."
No dia 21 de abril de 1792, as 9.00 H, inicia o triste cortejo: À frente uma Cia. de Soldados, depois os frades dizendo orações e em seguida Tiradentes, o laço da forca no pescoço e a ponta da corda segura pelo carrasco, e quase abraçado ao condenado, Frei Penaforte reza com ele.
Descalço, com o cabelo todo raspado e sem barba, vestido com uma camisola branca, Tiradentes seguia de Cabeça erguida, porte erecto, e passo firme a marcha para a forca, construída no Lago da Lampadosa (Atual Praça Tiradentes) onde às 11:20 hs Tiradentes foi enforcado.
Frei Raimundo Penaforte, o confessor, escreveu o seguinte sobre Tiradentes: "Foi um daqueles indivíduos da espécie humana, que põem em espanto a própria natureza. Entusiasta, empreendedor com o fogo de um D.
Quixote, habilidoso com um desinteresse filosófico, afoito e destemido, sem prudência às vezes, em outras temeroso ao cair de uma folha; mas o seu coração era sensível ao bem. A Coroa quisera, com o espetáculo do enforcamento, afirmar o seu domínio sobre a colônia brasileira.
Tiradentes tentara, com o sacrifício, salvar os companheiros e abrir ao povo o caminho da emancipação política." Um espírito inquieto, um homem leal, esse Alferes Joaquim José da Silva Xavier, por alcunha TIRADENTES.

(fonte: www.pael.com.br)

ONDE ESTÁ A CABEÇA DO TIRADENTES?

A cabeça do Tiradentes foi colocada em uma gaiola de metal e exposto em Ouro Preto, mas, não passou nem um dia exposta. Antes mesmo de amanhecer, foi roubada e seu destino ignorado. Uma das histórias sobre o destino da cabeça do Tiradentes, é a que segue:


A cabeça de Tiradentes estaria enterrada na casa em que morou Bernardo Guimarães, em Ouro Preto.

Em resumo, a história é a seguinte:

A Coroa Portuguesa foi impiedosa com o líder do Movimento da Inconfidência. Mandou esquartejar o corpo de Joaquim José da Silva Xavier - o Tiradentes - para tentar inibir o surgimento de outros movimentos de libertação do Brasil de Portugal.

As autoridades portuguesas mandaram para cada canto da Colônia um pedaço do corpo para amedontrar os idealistas da libertação.

A Ouro Preto, capital da Província das Minas Geraes e berço do movimento, foi enviada a cabeça de Tiradentes, num barril de salmoura.

A cabeça foi espetada num mastro em praça pública, sob a guarda de uma sentinela.

Uma noite, a cabeça sumiu e ninguém sabe ao certo o que aconteceu mas existem várias versões.

Segunda uma das versões, contada pelo próprio B.G., um admirador do herói, à noite, roubou a cabeça num momento em que a sentinela dormiu.

"Com uma comprida vara, faz saltar do poste a caveira, apanha-a rapidamente, e de novo desaparece com o favor das trevas e do nevoeiro", escreve B.G. num de seus melhores contos, A Cabeça de Tiradentes.

Esse sorrateiro vulto seria o padre Manuel da Silva Gatto (com esse nome, não se sabe por que autoridades portuguesas não desconfiaram dele...).

Gatto teria escondido a cabeça na copa de sua casa, na parte da cidade que, por coincidência, chama-se Bairro das Cabeças. Casa que depois passou a pertencer à família de Bernardo Guimarães.

O historiador Basílio de Magalhães afirma que o padre Gatto, à beira da morte, entregou a B.G. a cabeça de Tiradentes, a qual teria sido enterrada pelo poeta no quintal da casa.

É possível que a cabeça ainda esteja lá.





++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++


CURIOSIDADES SOBRE DOM PEDRO I - IMPERADOR DO BRASIL ENTRE 1824-1831




Dom Pedro I, cujo nome de batismo era Pedro de Alcântara Francisco Antônio João Carlos Xavier de Paula Miguel Rafael Joaquim José Gonzaga Pascoal Cipriano Serafim de Bragança e Bourbon, nasceu em Queluz, Portugal, no dia 12 de outubro de 1798.

No Brasil, viveu no Palácio da Quinta da Boa Vista, no Rio de Janeiro.
Desde garoto, mostrou interesses pela vida militar, e também por equitação e criação de cavalos, além da paixão pela marcenaria.
Gostava também das noitadas e, desde os 16 anos frequentava tavernas, às escondidas, na companhia de empregados do Palácio ou do amigo, Francisco Gomes da Silva, o "Chalaça".
Segundo alguns historiadores e amigos, era simpático, sedutor, extremamente simples e romântico.  mas também  impulsivo, autoritário e grosseiro.
Amante voraz, sua fama era tão grande, que as famílias nobres e ricas do país, escondiam suas filhas quando ele estava presente. Sua grande paixão foi Domitila de Castro, a Marquesa de Santos, que levou para morar ao lado do palácio, no Rio de Janeiro, para escândalo da corte. Conta-se também que, após a morte de sua primeira esposa, o Marquês de Barbacena, encarregado de conseguir-lhe uma outra noiva, teve grandes dificuldades, devido a essa fama.
Não teve uma educação esmerada, como caberia a um príncipe europeu, mas também não era o semi-analfabeto que alguns imaginam. Seu professor pessoal foi o Frei Antônio de Salete, que lhe ensinou o catecismo e o latim. Estudou e falava também o francês, além ter estudado o suficiente para compreender inglês e alemão. Tinha também fascinação pela música e pela poesia. Tocava piano, flauta, trombone, violino,  entre outros e  é o compositor do nosso Hino da Independência, além de missas cantadas, uma sinfonia e um "Te Deum". Também gostava de pintura e escultura, tendo frequentado aulas de desenho na Academia de Belas Artes.
Casou-se pela primeira vez em 1818, aos 19 anos, com a filha do imperador da Áustria, a princesa Leopoldina. Esta, morreu em 1826, e o então Imperador do Brasil, casou-se novamente com D. Amélia, princesa da Baviera e neta da Imperatriz Josefina, da França.
Teve, ao todo 18 filhos, entre legítimos e ilegítimos. Os filhos ilegítimos foram com a Marquesa de Santos - com ela teve cinco filhos, com a bailarina francesa Noemy Therry - um filho, com a uruguaia Maria Del Carmem Garcia - um filho, com a francesa Clemence Saisset - um filho, e com a Monja portuguesa Ana Augusta, um filho também.
Em 1822, recebeu um abaixo-assinado com mais de 8000 assinaturas, o que o levou a decidir permanecer no Brasil, contra as ordens da corte.
Antes de viajar para São Paulo, em setembro de 1822, esteve em Minas Gerais onde foi recebido com grandes festividades, comprovando sua popularidade por aqui naquela época. pouco antes de abdicar, entretanto, esteve também em Minas, onde foi vaiado nas ruas, em 1831.
Em setembro de 1822, esteve em São Paulo para pacificar rebeliões e conseguir o apoio da província. Aproveitou para passar por Santos, para visitar a futura Marquesa.
Foi o irmão da Marquesa de Santos, oficial da guarda, quem trouxe os papéis do Rio de Janeiro, enviados por José Bonifácio e pela princesa Leopoldina. Decidido a tomar uma atitude diante do que lia, na frente do pequeno grupo que o acompanhava, proclamou as famosas palavras que iniciavam  nosso processo de independência, montado em sua mula - animal mais adequado que o cavalo, para a difícil viagem a Santos, que incluía passar pelos precipícios da Serra do Mar. D. Pedro estava em um pequeno sítio, a 5 km de São Paulo, às margens do ribeirão do Ipiranga, preparando-se para entrar na cidade. ( O quadro de Pedro Américo, que está no Museu do Ipiranga, só foi pintado em 1888, e certamente não retrata a cena real)
Naquela mesma noite, em São Paulo, foi ao teatro, onde o esperavam, comunicou a decisão da Independência, e foi aclamado efusivamente pelos presentes.
Conta-se, também, que, em sua estada em São Paulo, encantou-se por uma escrava, que viu na rua. Abordou a moça e tentou um assédio, digamos assim, e recebeu dela um belo tapa no rosto, que o deixou sem ação.
Morreu em 1834, depois de retomar o trono português, em guerra contra o irmão, D. Miguel, mas faleceu - oficialmente, de tuberculose, adquirida na campanha militar, mas, outras versões dizem que era sifilítico. Sua filha, D Maria da Glória, foi quem governou Portugal, com o título de D.Maria II.
Em 1972, em comemoração ao sesquicentenário da Independência, seus restos mortais foram trasladados de volta ao Brasil e sepultados no Museu do Ipiranga, em São Paulo. Seu coração, doado à cidade do Porto, que o recebeu e apoiou em 1831, está encerrado em uma caixa de metal na Capela da Lapa, naquela cidade. O governo brasileiro já reivindicou o coração de Pedro I, para que ele descanse, integralmente, no Brasil.
Em 2012, seu corpo, o de D. Leopoldina e D. Amélia  foram exumados por pesquisadores da USP, que seguiram pelos próximos anos. Já se descobriu, por exemplo, que ela não morreu em consequência de infecções provocadas por um osso quebrado após a queda de uma escada - ela não tinha nenhum osso quebrado.

Um comentário: