quinta-feira, 29 de novembro de 2012



A busca pelo Estado palestino

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Estado palestino interessa aos EUA e a Israel

27 de novembro de 2012 | 2h 06
Análise: Yossi Beilin / NYT - O Estado de S.Paulo
O cessar-fogo que pôs fim à recente explosão de violência entre Israel e os palestinos aumentou a popularidade do Hamas. A organização extremista tornou-se a única interlocutora do mundo árabe para o Ocidente e indiretamente para Israel. Mas o Hamas recusa-se a reconhecer a existência de Israel. Por outro lado, a pragmática Autoridade Palestina, dirigida pela Fatah de Mahmoud Abbas, vem perdendo legitimidade e os ataques de Israel contra Gaza a enfraquecerão ainda mais. Negociar com o Hamas pode garantir uma certa tranquilidade, mas o grupo não pode ser um parceiro para a paz. Se o mundo apoiar a facção palestina que reconhece Israel, evitará a violência. A comunidade internacional terá essa oportunidade depois de amanhã, quando Mahmoud Abbas apresentará seu pedido para o reconhecimento de um Estado palestino na ONU. Se EUA e Israel continuarem a se opor, será um golpe mortal para Abbas e acabarão premiando o Hamas.
Nesta semana faz 65 anos, exatamente na quinta-feira, que os palestinos e seus amigos no mundo árabe rejeitaram expressamente a Resolução 181 da Assembleia-Geral da ONU que reconhecia a necessidade de criar um Estado judaico ao lado de um Estado árabe na Palestina sob Mandato Britânico.
Agora os palestinos admitem seu erro e pedem à mesma assembleia para reconhecer um Estado palestino ao lado de Israel, requerendo que as fronteiras do seu Estado sejam determinadas com base em negociações com os israelenses. Entretanto, os partidos de direita em Israel - que em 1993 rejeitaram os Acordos de Oslo, que previam a retirada israelense de áreas da Cisjordânia e Faixa de Gaza e uma autonomia palestina sobre essas áreas - estão agora usando e abusando desses acordos para impedir o reconhecimento de um Estado palestino.
Há quatro anos não há negociações adequadas. E como Abbas se atém aos princípios da não violência, a via diplomática, como a busca do reconhecimento do Estado, essa é a única maneira de colocar os palestinos de novo na agenda global. Além disso, Abbas esclareceu que se a ONU decidir pelo reconhecimento do Estado palestino, ele concordará em negociar com o governo de Israel sem precondições, o que é interessante para os EUA e Israel. A diferença é que as negociações seriam mantidas entre dois Estados reconhecidos internacionalmente. / TRADUÇÃO DE TEREZINHA MARTINO
É EX-NEGOCIADOR ISRAELENSE

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Netanyahu responde em vídeo a tentativa de palestinos de buscar reconhecimento na ONU

A busca pelo Estado palestino
TEL-AVIV – O primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, publicou em sua página no Facebook um vídeo em que procura dar uma resposta à busca dos palestinos pelo reconhecimento na ONU, assunto que será votado nesta quinta-feira, 29, na Assembleia-Geral. Israel, bem como os Estados Unidos, se opõe ao pedido palestino.
“Israel está preparado para viver em paz com um Estado palestino, mas para a paz durar, a segurança de Israel deve ser assegurada”, afirma Netanyahu, no vídeo. Segundo o premiê, “os palestinos devem reconhecer o Estado judeu e devem estar preparados para acabar com o conflito com Israel de uma vez por todas”.
Ao se referir ao plano palestino, Netanyahu diz que “nenhum desses interesses vitais para a paz aparece na resolução que será apresentada diante da Assembleia-Geral hoje”. Em seguida, justifica: “É por isso que Israel não pode aceitar isso (o pedido)”. Israel tem defendido que a “única maneira de alcançar a paz é por meio de acordos que serão alcançados por meio de negociações, e não através de resoluções da ONU”, algo que o premiê também afirma no discurso.
Na opinião de Netanyahu, “esta resolução é tão unilateral, que em vez de avançar a paz, ela a empurra para trás”. Assista ao vídeo, em inglês (o texto continua logo abaixo):

No vídeo, gravado na manhã de hoje no Menachem Begin Heritage Center, em Jerusalém, Netanyahu aparece diante de fotos do então presidente egípcio Anwar Sadat, em 1979, que assinou com Menachem Begin, então premiê de Israel, o primeiro acordo de paz do Estado judaico com um país árabe, mediado pelos EUA de Jimmy Carter. Além do Egito, apenas a Jordânia tem acordo com Israel, firmado em 1994 entre o rei Hussein I e o premiê Yitzhak Rabin, com a mediação de Bill Clinton.

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Israel busca reduzir danos em voto na ONU

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MARCELO NINIO
DE JERUSALÉM
Exatos 65 anos após a votação nas Nações Unidas que determinou a partilha da Palestina e levou à fundação de Israel, os palestinos vão hoje à organização em busca de reconhecimento que também conduza à independência.
Os palestinos pedirão à Assembleia-Geral da ONU que eleve o status de sua representação atual, de entidade observadora para Estado observador não membro.
Fortemente contrário à iniciativa palestina, mas ciente de que ela deve ser aprovada com grande maioria, o governo de Israel tenta "reduzir os danos", disse à Folha o porta-voz do Ministério do Exterior, Yigal Palmor.
Ele confirmou que Israel articula com os EUA a adição de elementos no texto a ser votado na ONU para evitar problemas futuros.
Entre eles, o compromisso dos palestinos de que não recorrerão ao TPI (Tribunal Penal Internacional), sediado em Haia, contra Israel.
Além disso, o governo israelense quer que a resolução deixe claro que o conflito só poderá ser resolvido por meio de negociações.
O novo status não significa o reconhecimento do Estado palestino.
Pelo direito internacional, o reconhecimento de Estados não se dá na ONU, mas por outros países. Ainda assim, é uma vitória da diplomacia palestina.
Desde a entrada na ONU, em 1974, os palestinos são representados pela OLP (Organização para Libertação da Palestina), que tinha o status de entidade observadora. Agora, serão elevados a Estado observador.
É menos do que foi tentado no ano passado, quando a proposta de que a Palestina fosse aceita como membro pleno da ONU foi vetada no Conselho de Segurança.
O status de Estado observador, semelhante ao do Vaticano, não garante direito a voto.
Mas a liderança palestina conta com ele para poder se filiar a agências multilaterais, ampliar a ação diplomática e fortalecer sua posição internacional diante de Israel.
"A votação na ONU dará início a um processo histórico de redenção e na Palestina", disse em Ramallah Hannan Ashrawi, membro do comitê executivo da OLP.
Os palestinos dizem que recorreram à ONU porque Israel continua ampliando os assentamentos em território ocupado e não está interessado em negociar uma solução. Israel os acusa de violar os acordos assinados com uma ação unilateral.
Editoria de Arte/Folhapress
PLACAR
O suspense nas últimas horas, além do texto da resolução, foi saber quantos países acompanharão EUA no minúsculo grupo que vota não.
A expectativa é que a resolução seja aprovada com entre 150 e 170 votos dos 193 da Assembleia-Geral.
Na União Europeia, a França saiu na frente ao declarar seu voto favorável, mas não se chegou a um consenso no bloco. Ontem, Espanha, Portugal e Dinamarca seguiram o exemplo francês.
A Alemanha, maior país do bloco, votará contra. A grande dúvida é o Reino Unido, que balançou entre o sim e o não e ontem declarou um apoio sob condições.
Para o presidente palestino, Mahmoud Abbas, a iniciativa na ONU é um sopro de oxigênio, depois que seu rival, o grupo islâmico Hamas, saiu fortalecido politicamente da miniguerra travada com Israel em Gaza.
Os islamitas, que não reconhecem Israel, estão divididos. O plano aprovado em 29 de novembro de 1947 dividiu a Palestina entre um Estado árabe e um judeu.
Os líderes judeus aceitaram e fundaram Israel. Mas a liderança árabe rejeitou o plano e declarou guerra, reivindicando toda a Palestina.

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