quarta-feira, 8 de agosto de 2012

90 ANOS DA MARCHA SOBRE ROMA





Os grupos de combate formados a partir de 1919 por Mussolini denominaram-se fasci (feixes de varas) que eram as insígnias dos magistrados romanos da Antiguidade e simbolizavam o desejo de uma ordem política vigorosa.
Com a participação da Itália na Primeira Guerra Mundial, a crise latente do sistema liberal tornou-se manifesta e aguda; o país encontrava-se numa situação económica e financeira desastrosa. A aliança durante a contenda com a Grã-Bretanha, a França e a Rússia não trouxeram melhorias substanciais no âmbito internacional nem os benefícios territoriais desejados no Mediterrâneo. Falava-se de uma "vitória mutilada". As tensões sociais cresceram por todo o país.
Neste contexto, desenvolveu-se o movimento de protesto fascista de Mussolini, apoiado sobretudo pela classe média italiana. (...)
Entre 1920 e 1922, a situação política interna foi marcada por lutas operárias e ocupações de fábricas lideradas pelos socialistas, revoltas dos camponeses, rendeiros e trabalhadores rurais contra os grandes latifundiários, assim como pelo terror fascista. Os sucessivos governos liberais e conservadores mostraram-se impotentes perante estes conflitos, que tinham carácter de guerra civil. Tolerados e em parte apoiados pelas autoridades, os fascistas, que se consideravam uma força disposta a levar a cabo uma renovação violenta do Estado, destruíram as organizações socialistas. Em 27 e 28 de Outubro de 1922, Mussolini conduziu 40 mil membros das suas unidades fascistas de Nápoles a Roma. Antes que se desse o confronto com as tropas governamentais, o rei Vítor Manuel III ofereceu-lhe o cargo de primeiro-ministro. (...)
Em 1925 Mussolini tinha um poder quase ilimitado. Os partidos da oposição foram proibidos; as liberdades e o sistema parlamentar, suprimidos; e os sindicatos católicos e socialistas, dissolvidos. Um tribunal especial e a Polícia Secreta consolidaram de forma duradoura o poder dos fascistas.

História do Século XX Década a Década.1920 - 1929. Vol.3, Visão, 1999.

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